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terça-feira, 12 de junho de 2012

O PT às vésperas do julgamento do mensalão, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo

A luta dos petistas às vésperas do julgamento do mensalão, como sempre, está muito bem coordenada e parece ter mais uma vez na figura do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos o articulador das manobras políticas no campo jurídico, enquanto outro ex-ministro, José Dirceu, é o braço político-partidário das pressões sobre o Supremo Tribunal Federal.
O criminalista Márcio Thomaz Bastos representa o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, um dos réus do mensalão, enquanto Dirceu é classificado como “chefe da quadrilha” pela Procuradoria Geral da República.
O fato de ser bem coordenada não significa que dê resultados, como está se vendo na CPI do Cachoeira, imaginada por Lula e Dirceu para inviabilizar o julgamento do mensalão, ou na pressão do ex-presidente
sobre ministros do STF, que, na prática, acabaram provocando um clima de mal-estar na opinião pública que levou à marcação do julgamento para o dia 1 de agosto.
Assim como, por ocasião do mensalão, foi Thomaz Bastos quem criou a tese de que o que acontecera foi o uso do caixa dois nas campanhas eleitorais, um crime eleitoral menor, agora a tese de que a mídia faz “publicidade opressiva” sobre o caso, interferindo na imparcialidade do julgamento, é também de sua autoria, enquanto Dirceu politiza a questão de maneira mais direta, conclamando a UNE e a Juventude Socialista do PCdoB a saírem às ruas para defendê-lo na “batalha final”.
Alegando que o “monopólio da mídia” quer condená-lo a qualquer custo, Dirceu exige um “julgamento técnico”, mas, no discurso, diz que “este julgamento é uma batalha política” que “deve ser travada nas ruas também”, marcando não apenas a contradição entre suas palavras e atos, mas, sobretudo, uma ameaça de pressão ilegítima de forças do aparelho partidário sobre o Supremo Tribunal Federal nunca vista antes.
O ex-ministro Thomaz Bastos diz que acha “fundamental” a vigilância da imprensa, “mas só até certo ponto”, pois, quando ela erra, coloca em risco a imparcialidade dos julgamentos: ele se refere com frequência ao “peso que a imprensa tem na opinião pública e do peso que a opinião pública e a imprensa têm nos julgamentos”, admitindo que essa influência é maior nas sentenças proferidas pelos tribunais de júri e pelos juízes singulares.
Leia a íntegra em Uma disputa política

nOBLAT

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