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sábado, 5 de novembro de 2011

SEXO NAS ESCOLAS

Cartas de Nova York

O sexo e as escolas

Você gostaria que o seu filho de catorze anos assistisse à professora colocar um preservativo num pênis de mentirinha na escola?
A pergunta, supostamente escandalosa, é feita pela Coalizão para Escolha dos Pais de Nova York em reação à obrigatoriedade da educação sexual nas escolas públicas da cidade.
Desde que foi anunciada, a nova lei tem causado controvérsia - pra não dizer pavor - entre as famílias mais conservadoras e algumas autoridades religiosas.
“Estamos dizendo às nossas crianças para fazer sexo antes do casamento. Basicamente, sacrificamos a inocência delas sob o pretexto de estar educando”, disse o pastor da igreja Crossroads, Ray Parascando, à Fox Radio.
Comentários parecidos surgiram em vários blogs e jornais da cidade. Grande parte dos leitores defendiam a abstinência como única maneira de evitar a gravidez e a transmissão de doenças sexuais na adolescência.
Mas só é preciso uma rápida olhada no website do Departamento de Educação da cidade pra saber que grande parte da cobertura tem sido sensacionalista.
Apesar de temas como puberdade, anatomia e gravidez integrarem o novo currículo, o foco do programa é aconselhar aos adolescentes a esperarem até que sejam mais velhos para iniciar uma vida sexual.
Ao mesmo tempo, reconhecendo que estes adolescentes já têm vida sexual ativa, haverá aulas sobre sexo seguro.
Além disso, os pais têm a opção de escolher que seus filhos não assistam às aulas sobre contracepção e prevenção de HIV, consideradas mais polêmicas em algumas religiões.
As estatísticas respaldam a necessidade de mais educação sexual nas escolas. Quase 50% dos alunos do ensino médio de Nova York são sexualmente ativos. Mais de 25% adolescentes hispanos e 31% dos adolescentes negros disseram ter múltiplos parceiros sexuais.
E o que realmente preocupa: entre os adolescentes, 29% dos latinos, 24% dos brancos e 15% dos negros disseram não ter usado preservativo na última vez em que fizeram sexo.
Com tantos adolescentes sexualmente ativos, a pergunta não é se eles aprenderão sobre sexo mas sim como.


Karina Vieira é pernambucana e mora em Nova York há 10 anos. Formada em Mídia e em História pela City University of New York, tem mestrado em Jornalismo pela Columbia University. Escreve aqui sempre às sextas-feiras.

F. G1

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