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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Dada a relevância dos temas abordados postei ambos.

Passar no exame da OAB não é garantia de competência

De um leitor que se identifica apenas como Otávio, sobre a postagem Exame da Ordem é constitucional e protege o cidadão:

A OAB é mais um símbolo da herança cartorial portuguesa herdado por nossa classe dirigente.
"Eu sou advogado, assim como meu pai o foi e meu filho o será. E todos nós somos membros da Ordem".
Esse deve ser o pensamento padrão desses que se acham os eleitos, escolhidos pelo próprio Todo Poderoso para atuar como operador do Direito.
E eu queria saber desde quando "passar" no exame da OAB é garantia de competência, idoneidade ou qualquer outra marca positiva de caráter.
Basta ver a quantidade de advogados membros da ordem a serviço da bandidagem, quando não são os próprios os bandidos, a extorquir clientes incautos. Mesmo que se reconheça que quando toma conhecimeneto a Ordem tome providências para expurgar os maus profissionais, claro que com direito a ampla defesa.
Quando me refiro a advogado a serviço da bandidagem, não estou aqui referindo-me ao legítmo exercício do ofício jurídico, pois esse é dever. Refiro-me ao puro banditismo mesmo. Basta acompanhar principalmente as notícias sobre o narcotráfico, que cada vez mais se utiliza desses profissionais para romper as condições de isolamento a que suas lidranças são submetidas nas prisões de segurança máxima.
E pra passar nos exames da Ordem hoje, mesmo que a faculdade não seja lá essa coca-cola toda, basta um cursinho desses via satélite das áreas jurídicas, que assim como as faculdades de direito proliferam por aí.
Quem deve dizer se uma instituição de ensino está apta ou não pra formar profissionais é o MEC - e não um órgão de classe -, assim como o próprio mercado de trabalho, que fará a seleção natural, como já o faz hoje mesmo entre aqueles que já são da Ordem.
Além do mais, privar as pessoas da oportunidade de exercer sua profissão é apenas egoismo, medo de concorrência e o rançoso traço cultural de achar que a universisade é apenas para uma minoria. Principalmente da minoria da qual se faz parte.

Os rinocerontes e Paulo Maluf. Tudo a ver.

Hehehe.
Sabem Eugène Ionesco (na foto), o mestre francês do teatro do absurdo?
Tem tudo a ver com Paulo Maluf.
Ou melhor: os rinocerontes têm tudo a ver com Paulo Maluf.
Uma das mais famosas peças de Ionesco chama-se "O Rinoceronte".
Aqui pela redação ainda se encontra esse livro, todo esfacelado, vítima daquelas encadernações horríveis de certos livros.
Pois é.
Em "O Rinoceronte", os rinocerontes - de início apenas um, depois dezenas deles - passam correndo pelas ruas de uma cidadezinha, levantando poeira e deixando à beira do pânico os moradores que assistiam à cena.
"Então, o que você diz?", pergunta-se a um personagem que não dava a menor importância àquilo tudo.
A resposta: "Bem... Nada... isto levanta um poeira..."
Era tanto rinoceronte, mas tanto rinoceronte correndo pra cima e pra baixo, que muitos ficavam aterrorizados.
Mas outros não.
A rinocerantada já havia se tornado uma banalidade.
- Então, o que você diz? - poderíamos perguntar a alguém sobre Paulo Maluf.
- Bem... Nada... isto levanta um poeira... - seria a resposta.
Maluf, você sabem, primeiro foi condenado no caso do frangogate.
Pois não é que o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou a decisão?
E não apenas reformou - absolvendo Maluf - como analisou o contrato inteiro e constatou que a gestão Paulo Maluf, na verdade, economizou R$ 200 mil.
Com essa decisão, Maluf deixou de ser inelegível e já foi até diplomado deputado federal, ainda que sob vaias.
Olhem só.
Maluf já disse uma vez que ninguém no Brasil tem a ficha mais limpa que ele.
Com decisões como essa do TJ de São Paulo, vamos acabar acreditando.
Ou vamos acabar dizendo, como o personagem de Ionesco: "Bem... Nada... isto levanta um poeira..."
Putz!

Charge - Pelicano

Exame de Ordem é cada vez mais necessário

Do advogado Ismael Moraes, sobre a postagem Exame da Ordem é constitucional e protege o cidadão:

Óbvio que a Lei Federal que reconhece à OAB legitimidade para impor o exame ao ingresso nos seus quadros é constitucional.
Assim como constitucionais são os concursos para juízes e membros do MP. Ora, se para ser advogado não fosse exigível exame admissional, por que o seria para ser magistrado ou procurador da República ou promotor de Justiça? Por que não basta qualquer bacharel querer, e, assim, ser "inscrito" como juiz ou membro do parquet?
Aliás, a participação de membros da OAB (em todas as suas fases, sob pena de nulidade, registre-se) é imprescindível para a validade de qualquer concurso para os cargos de juiz e de membro do MP. Qual seria, então, a importância da presença de um membro de uma instituição (OAB) cujo ingresso prescinde de qualquer critério avaliativo de conhecimento capaz de credenciar os aprovados como aptos a exercer um dos misteres que formam a tríade judicial?
Em cada processo que julgamos no Conselho Estadual, vemos a ncessidade cada vez maior do Exame de Ordem.
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Fonte: http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/


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