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domingo, 19 de dezembro de 2010

Drogas minam 98 municípios paraenses


De acordo com Geraldo Araújo, a polícia só consegue apreender, em todo o mundo, no máximo de dez a quinze por cento do volume total de drogas em circulação.Sem dar à frase qualquer conotação de juízo de valor sobre o trabalho desenvolvido pela polícia do Pará, o titular da Segup observou que as organizações criminosas ligadas ao tráfico costumam agir com enorme desembaraço, enquanto os Estados nacionais, a quem compete combatê-las, se mostram pouco aptos e inteligentes.

“O fato é que o mundo não é nenhum big brother”, alfinetou. Numa aparente alusão aos Estados Unidos, ele destacou que mesmo países ricos, com polícias bem aparelhadas, abundantes recursos financeiros e sofisticados recursos tecnológicos, não conseguiram até hoje conter o avanço das drogas.

No caso específico do Pará, o secretário fez referência ao levantamento divulgado recentemente pela Confederação Nacional de Municípios, que apontou a existência, no Estado, de 98 cidades minadas pelo tráfico. E não se trata de cocaína, mas de drogas muito mais agressivas e letais. Segundo o secretário, o consumo é crescente, sobretudo, da “pedra de oxi”, um subproduto do crack, forma impura de cocaína também em alta.

A composição do oxi leva, além da pasta-base de cocaína, querosene, ácido sulfúrico e cal virgem. Seus efeitos no organismo são devastadores. Por trás do avanço das drogas está, com certeza, o crescimento da violência também no interior do Estado.

Isso certamente ajuda a explicar o resultado da pesquisa realizada recentemente pelo IBGE, que concluiu ser a população paraense, hoje, a mais afligida em todo o Brasil pela sensação de insegurança decorrente da violência.

O medo mantém em situação de angústia 62,2% dos paraenses, índice 15% maior que a média nacional, de 47,2%. Mesmo no Rio, onde os morros estão parcialmente sob o controle do tráfico de drogas, a sensação de insegurança da população (57,7%) é menor que a do Pará, segundo apurou o IBGE.

DOTE

Alguns chefões do tráfico de drogas em Belém já são bem conhecidos – e não por ações meritórias, obviamente. O mais notório deles é sem dúvida Jocicley Braga de Moura, mais conhecido como “Dote”. Acusado de ser o mandante ou financiador de pelo menos 11 assassinatos, o traficante, que domina o comércio de drogas no bairro da Guanabara e adjacências, está foragido e hoje é procurado pelas polícias do Pará, Ceará e Amazonas. Ele foi condenado pela Justiça a 9 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Mas “Dote” não é caso único, e talvez nem chegue a ser o mais perigoso dos bandidos que atuam em Belém no tráfico de drogas. O levantamento feito pela Polícia Civil aponta também como líderes do tráfico dezenas de outros nomes ainda pouco conhecidos, mas que, agindo nas sombras, vêm induzindo à prática de diversos outros crimes, inclusive homicídios. 

(Diário do Pará)

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