Antonio Soares da Silva*[1]
Não é de hoje que as estatísticas
mostram que os índices de inadimplências
aumentaram e que o governo tentando estimular o crescimento econômico
vem se utilizando da extrafiscalidade, ou seja, a redução ou aumento de taxas
de alguns impostos, para deixar os produtos mais tentadores ao mercado
consumidor.
Em meio a essa, celeuma financeira,
os empréstimos consignados são na verdade a coqueluche do mercado financeiro.
Pois é muito seguro para quem empresta e rápido para quem precisa de dinheiro.
Mesmo porque os pagamentos são feitos diretamente na fonte pagadora dos
salários dos brasileiros. Assim,
transformaram-se numa forma de
rentabilidade financeira em que todo aquele que tem uma boa grana disponível
pode se utilizar do consignados e fazer muito dinheiro.
O problema é que na onda do
financiamento muito gente vem contraindo empréstimos e criando paralelamente
uma bola de neve de dívidas sobre dívidas. Com os créditos amontoados não podem ser saldados
com segurança. Assim, na tentativa de se livrar da primeira divida acaba contraindo
outra e assim por diante...
Evidentemente que com isso, eis que
surge a servidão financeira. Ou seja, se
na idade média quem não tinha terra submetia-se aos mandos e desmandos
dos grandes proprietários de terras, servidão feudal. Hoje, temos a chamada
servidão financeira. Nesta o individuo a submete-se por meio de créditos
adquiridos junto a uma financeira. E o dinheiro que serviria para saldar divida
ou mesmo fonte de investimentos em sonhos promissores. Acabam vivendo uma
ciranda infernal no sentido de tentar pagar as dívidas contraídas.
Conseqüentemente, os contraentes
quando não conseguem saldar os empréstimos, seus nomes ficam sujos na praça
e passam a habitar o mundo dos serasas.
Suas contas são bloqueadas e os melhores amigos que os visitam são os
funcionários das empresas terceirizadas, agora responsáveis pela cobrança dos
débitos, muitas vezes insanáveis.
E não para por aí. Com os nomes sujos
suas dignidades tornam-se vulneráveis uma vez que o respeito do crédito é posto
em descrédito. Ou seja, não tem dinheiro pra pagar, não tem direito de comprar.
Mas afinal o que estar por trás de
tudo isso?
É justamente a finalidade de
alimentar aos financistas inescrupulosos uma corrente de devedores que perdurem
por todas as suas vidas. Pois tendo um elenco de devedores por longa data, terão
seus capitais garantidos, tendo em vista os juros exorbitantes que recaem sobre
as dívidas dos devedores.
Em suma, eis a nova forma de
servidão. A partir de agora muito cuidado ao contrair um empréstimo. Pois
poderão está adentrando ao mundo da servidão financeira. Ou seja, se não se
pode mais ter escravos, nada mais promissor que ter sujeitos submetidos a suas dívidas junto aos financistas inescrupulosos.
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