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terça-feira, 10 de julho de 2012

A SERVIDÃO FINANCEIRA




Antonio Soares da Silva*[1]

Não é de hoje que as estatísticas mostram que os índices de inadimplências  aumentaram e que o governo tentando estimular o crescimento econômico vem se utilizando da extrafiscalidade, ou seja, a redução ou aumento de taxas de alguns impostos, para deixar os produtos mais tentadores ao mercado consumidor.
Em meio a essa, celeuma financeira, os empréstimos consignados são na verdade a coqueluche do mercado financeiro. Pois é muito seguro para quem empresta e rápido para quem precisa de dinheiro. Mesmo porque os pagamentos são feitos diretamente na fonte pagadora dos salários dos  brasileiros. Assim, transformaram-se  numa forma de rentabilidade financeira em que todo aquele que tem uma boa grana disponível pode se utilizar do consignados e fazer muito dinheiro.
O problema é que na onda do financiamento muito gente vem contraindo empréstimos e criando paralelamente uma bola de neve de dívidas sobre dívidas. Com  os créditos amontoados não podem ser saldados com segurança. Assim, na tentativa de se livrar da primeira divida acaba contraindo outra e assim por diante...
Evidentemente que com isso, eis que surge a servidão financeira. Ou seja, se  na idade média quem não tinha terra submetia-se aos mandos e desmandos dos grandes proprietários de terras, servidão feudal. Hoje, temos a chamada servidão financeira. Nesta o individuo a submete-se por meio de créditos adquiridos junto a uma financeira. E o dinheiro que serviria para saldar divida ou mesmo fonte de investimentos em sonhos promissores. Acabam vivendo uma ciranda infernal no sentido de tentar pagar as dívidas  contraídas.
Conseqüentemente, os contraentes quando não conseguem saldar os empréstimos, seus nomes ficam sujos na praça e  passam a habitar o mundo dos serasas. Suas contas são bloqueadas e os melhores amigos que os visitam são os funcionários das empresas terceirizadas, agora responsáveis pela cobrança dos débitos, muitas vezes insanáveis.
E não para por aí. Com os nomes sujos suas dignidades tornam-se vulneráveis uma vez que o respeito do crédito é posto em descrédito. Ou seja, não tem dinheiro pra pagar, não tem direito de comprar.
Mas afinal o que estar por trás de tudo isso?
É justamente a finalidade de alimentar aos financistas inescrupulosos uma corrente de devedores que perdurem por todas as suas vidas. Pois tendo um elenco de devedores por longa data, terão seus capitais garantidos, tendo em vista os juros exorbitantes que recaem sobre as dívidas dos devedores.
Em suma, eis a nova forma de servidão. A partir de agora muito cuidado ao contrair um empréstimo. Pois poderão está adentrando ao mundo da servidão financeira. Ou seja, se não se pode mais ter escravos, nada mais promissor que ter sujeitos  submetidos a suas dívidas junto  aos financistas inescrupulosos.



[1] Pedagogo

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