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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Escola não é mais espaço seguro

Sexta-feira, 08/04/2011, 07h14

A manhã de ontem trouxe a urgência do debate novamente sobre a segurança dentro das escolas. No Pará, a notícia de que um colega de classe esfaqueou outro dentro do colégio Orlando Bittar, na última terça-feira, também assustou.
Ontem o DIÁRIO tentou averiguar o que acontece a estranhos que tentam entrar em escolas estaduais. O repórter tentou entrar, sem identificação, nas escolas Visconde de Souza Franco, Vilhena Alves, Paulo Maranhão, Augusto Meira e Deodoro de Mendonça. Em todas, foi abordado pela segurança.

Em cinco delas, teve que deixar o número da identidade, nome e local procurado. Mas em duas, entrou com facilidade. Na Escola Vilhena Alves, apenas disse que iria procurar um histórico. Com essa desculpa, a equipe circulou pelas dependências da escola. Na escola Visconde de Souza Franco, o repórter aproveitou que o vigilante havia saído e conseguiu passar pelo portão sem dificuldades.

As seis escolas tinham vigilância terceirizada. Mesmo assim, os estudantes dizem não estar tranquilos no ambiente escolar. “Ano passado, teve um menino que levou uma faca para a sala e a gente fica com medo”, diz uma aluna de 13 anos da Escola Paulo Maranhão, no Guamá. Os seguranças ouvidos disseram que seguem normas da Secretaria de Educação.

DESSACRALIZAÇÃO

Para o sociólogo Romero Ximenes, a escola deixou de ser um ambiente seguro. “As pessoas pensam que a escola é um lugar sagrado, de respeito. Essa é uma visão tradicionalista e agora acontece essa dessacralização do ambiente escolar. A sociedade está violenta. Por que a escola não estaria?”

Ximenes diz que o aparato policial não tem como dar conta da situação. “O que se tem que fazer é tomar medidas para afastar a violência da sociedade. A polícia não tem como resolver, não tem como por um policial em cada escola para revistar todos os alunos”.

Conceição Holanda, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), diz que o clima de violência afeta também muitos professores. Ninguém quer trabalhar em escolas de determinados bairros, onde a periculosidade é alta”, explica, sem citar locais. “A violência é de aluno para aluno e aluno para professor, que também sofre ameaças”.

Conceição acha que uma das maneiras de se evitar tragédias é a implantação de detectores de metais nas escolas. “Não existe uma fiscalização. As escolas deveriam ter um detector de metais, que inclusive é uma demanda do debate nacional do sindicato”, diz.

Cláudio Ribeiro, secretário adjunto de Ensino da Seduc diz que o órgão trabalha em dois níveis. O primeiro é o nível de médio e longo prazo, voltado para a formação. Ele cita a parceria com o Pró-Paz, iniciada em abril, para projetos de disseminação da cultura da paz. “Temos programas específicos nas escolas para discutir o bullying, e fazer com que os temas sejam trabalhados transversalmente”.

E há o trabalho preventivo. “Temos parceria com a Cipoe (Companhia Independente de Policiamento Escolar) em algumas áreas que têm nível maior de violência”, garante. “E inicialmente começamos um processo de capacitação das pessoas responsáveis pela portaria das escolas, há 15 dias, em cerca de 20 escolas”.

Fonte: Diário do Pará

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