Aumenta o bloco dos inimigos da folia
Há quem diga que o Brasil é o país do carnaval, mas existem pessoas que fogem à regra e simplesmente abominam a ideia de pular atrás de um trio elétrico, participar de blocos carnavalescos, dançar ao som de marchinhas ou se encher de adereços coloridos e indecifráveis. Adepta de estilos musicais bem mais tranquilos do que o samba, o axé ou o forró, a artista visual Francy Queiroz prefere ouvir uma Música Popular Brasileira (MPB) e ficar em casa a sair às ruas durante a folia de Momo.
Aos 23 anos, ela acredita que o carnaval é uma desculpa do brasileiro para fazer bagunça e ficar sem trabalhar. “Não tiro a beleza da festa. Os desfiles do Rio de Janeiro e São Paulo são simplesmente lindos, esteticamente falando, mas os blocos de rua acabam sempre terminando com brigas. Até mesmo a violência aumenta nesse período”, diz ela. Para se ter uma ideia do quanto Francy não gosta de Carnaval, ela deixou de viajar com a família para Salinas no período “momesco” e ficou em casa sozinha curtindo a solidão. “Eu vou aproveitar esses dias para ler um livro e assistir a alguns filmes. Também adoro tocar meu violão”, disse.
Festinhas íntimas também são boas opções para quem faz parte dos que são “contra-carnaval”. É assim que a administradora Kelly Gomes aproveita os dias de folga. “Eu chamo os amigos para assistir a filmes e comer pipoca. Além disso, também dá para passear tranquilamente em Belém, já que grande parte da população viaja. Aproveito para ir ao shopping, jantar e almoçar fora e passear nas praças. A Estação das Docas também é uma boa opção”, diz.
Mas existem também aqueles que viajam para se esconder, como o estudante Paulo Melo. Como gosta de tranquilidade e odeia multidão ou qualquer coisa que lembre carnaval, seguiu para o sítio do pai, em Benevides. “Lá o carnaval não chega. Vou jogar bola, tomar banho de piscina e ler um bom livro”. Paulo lembra que uma vez chegou a viajar com a família em um período de carnaval, mas retornou para Belém no meio do feriado. “Todos estavam se divertindo, menos eu”.
Ela não curte a folia momesca, mas adora conhecer novos lugares. Por isso, a assistente de marketing Gabrielle Santiago procura lugares diferentes para visitar durante o carnaval. “Eu já viajei para Fortaleza e para Carolina, no Maranhão, onde há cachoeiras maravilhosas. Esse ano vou para Salinas, mas nem devo sair de casa.”
Segunda-feira, 15/02/2010, 08:14h
Diário do Pará
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