Lula: messiânico?

O presidente da República fala pela televisão, aparece em comícios e, esteja onde estiver, desperta uma aura de admiração pouco comum. O mais incrível é que ele quebra totalmente o princípio predominante em matéria política de que prestígio não se transfere. Luiz Inácio faz o pedido para que o eleitor vote no candidato que ele indica e as pesquisas apontam que a estratégia dá certo. Em nível nacional, o que acontece na disputa ao Palácio do Planalto é algo próximo do surreal. Lula inventou Dilma Rousseff como postulante à sua sucessão, impôs ao PT a candidatura da aliada, enalteceu-a a tal ponto de posicioná-la como a grande inspiradora e executora de toda a sua obra governamental e, por fim, ainda a carrega nos ombros durante a campanha. O mais incrível é que a estrela principal dos programas eleitorais é Lula e não Dilma. O chefe da Nação vai ao ar e contesta, pessoalmente, as acusações que a atingem, sobretudo o incidente da violação dos sigilos fiscais dos familiares de José Serra (PSDB). A ex-ministra pode se dar ao luxo de ausentar-se da disputa por três dias, como acontece agora com o nascimento de seu neto em Porto Alegre, e não muda nada, pois é o presidente do Brasil quem determina os rumos da disputa. Aos olhos do povo, ele é um predestinado, quase que um novo messias, como um homem que foi mandado à terra por Deus, um ungido ao patamar da divindade. Nem Juscelino, nem Getúlio, conseguiram algo dessa natureza. 

 

Fonte: http://www.parana-online.com.br/colunistas/231/80023/