Decisão - Está liberada cirurgia, em fase experimental ainda, para que ela possa virar ele
YÁSKARA CAVALCANTE
Da Redação
Por mais estranho que possa parecer, mulheres já podem trocar de sexo no Brasil. A paraense Raimunda Carlos Coelho, de 49 anos, que se transformou em Raicarlos Coelho, é uma das poucas candidatas a abandonar, oficialmente, o sexo feminino e assumir, definitivamente, sua transexualidade. "Eu já nasci um homem. Acho que me senti um homem desde a infância. Nunca me senti uma mulher. A minha família fez de tudo para que eu não me sentisse homem. Minha mãe me castigou de toda as formas, com trabalhos domésticos e privações", revela Raicarlos, que assim como muitos transexuais encontrou no preconceito a maior das dificuldades para esbravejar aos quatro ventos seu desejo de ser uma mulher.
A mudança de sexo já é possível no país. Mas, só os homens faziam a cirurgia. A liberação do procedimento cirúrgico para que uma mulher se transforme em homem divide opiniões. De um lado, elas, que querem virar eles. Do outro, conservadores, que defendem o sexo original. A polêmica gira em torno dos procedimentos que vão retirar do corpo feminino útero, ovário e mamas e, acredite, construir pênis sobre as genitais, o que ainda está em fase experimental. A decisão da liberação partiu do Conselho Federal de Medicina (CFM) e agora espera apenas a publicação no Diário Oficial da União (DOU), o que deve acontecer a qualquer momento.
As cirurgias podem ser feitas por qualquer estabelecimento, público ou privado. No entanto, para ser submetida à operação, a mulher precisa ter mais de 21 anos; diagnóstico de uma equipe médica composta por cirurgião, psiquiatra, endocrinologista, psicólogo e assistente social; de transgenitalismo - quando a pessoa se identifica com o sexo oposto; e condições físicas de passar pela operação.
O liberal
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