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quinta-feira, 8 de abril de 2010

UFPA pode usar Enem e vestibular por áreas

UFPA pode usar Enem e vestibular por áreas
 
 


O vestibular da Universidade Federal do Pará (UFPA) para o ano que vem deve usar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em conjunto com as de uma prova, de formato ainda não definido, da própria instituição. Em debate promovido pela universidade, ontem, para coletar informações e opiniões sobre o novo processo seletivo, foi revelada a preferência de professores e alunos por este modelo de ingresso ao ensino superior, porém, com provas por áreas específicas do conhecimento, modelo abandonado e retomado parcialmente por várias universidades do País.
Foram feitas 64 sugestões pela internet e mais 60 durante o encontro. Todas serão encaminhadas à Comissão Permanente de Processos Seletivos (Coperps), em reunião na próxima semana. Os resultados devem ser discutidos com o Conselho Superior de Ensino e Pesquisa (Consep) até o dia 15 deste mês para uma definição. O resultado final será divulgado até o fim de abril e o modelo adotado será usado no próximo vestibular. O retorno do Processo Seletivo Seriado (PSS) não foi descartado.
O demorado encontro começou às 9h50, com quase uma hora de atraso, com metade do Centro de Convenções da UFPA ocupada. Em 20 minutos, vários estudantes e professores foram deixando o debate. O próprio reitor da universidade, Carlos Maneschy, por causa de outros compromissos, abandonou a reunião, às 10h50. Em três horas, foram apresentados vários motivos para a instituição adotar o Enem, no mínimo parcialmente.
A pró-reitora de Ensino e Graduação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Rosana Cristina Parente, ressaltou que a universidade adotou o Enem para preenchimento de metade das 3.564 vagas ofertadas em 2009. A demanda principal foi de alunos do Amazonas. Em segundo lugar, alunos paraenses foram os que mais procuraram o vestibular da instituição para ingresso via Enem, no Sistema de Seleção Unificado (Sisu), no qual estudantes de todo o País se inscrevem e concorrem a vagas de todas as universidades cadastradas. Na primeira etapa, houve participação de 7,1% de paraenses. Na segunda, 6,8%. Na terceira, 5,5%.
"O Enem é uma excelente forma de ingresso, apesar de ser novo para todo mundo. O melhor é que esse método exige a mudança da educação básica e do ensino médio. Alunos de escolas públicas não pagam, ampliando o acesso. A mobilidade também aumentou. Há desvantagens, mas há muitas vantagens que compensam", defendeu Rosana.
Pró-reitora diz que PSS não está descartado
Após tantas críticas e problemas, o Processo Seletivo Seriado (PSS) pode voltar no próximo vestibular da Universidade Federal do Pará (UFPA), por conta da indecisão do Conselho Superior de Ensino e Pesquisa (Consep) sobre qual o modelo de ingresso adequado. Em entrevista coletiva após o debate, a pró-reitora de Ensino, Graduação e Pesquisa da UFPA, Marlene Freitas, disse que o Consep está há muito tempo discutindo sobre como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ser incorporado ao vestibular da instituição. Parte do conselho é totalmente a favor, enquanto outra é contra.
"Pessoalmente, defendo o modelo de que o vestibular da UFPA tenha uma fase com o Enem e outra fase com uma prova da própria universidade, mas isto é opinião minha. Somente o Consep poderá definir qual será o modelo difinitivo, mas o órgão ainda está indeciso. A volta do PSS não está descartada, já que ainda não há definição. Uma única coisa é certa: o Enem não é modelo adequado para a universidade em substituição ao vestibular, apesar de eu ter me impressionado com os dados e depoimentos sobre o Enem em outras instituições. Há desvantagens, mas há muitas vantagens. Os dados do encontro vão ser levados ao Consep para analisarem", afirmou Marlene.
Sobre a alta demanda de um vestibular com áreas de conhecimento separadas, a pró-reitora disse que há preferência, mas também se trata de uma hipótese descartável. "Cerca de 20% das sugestões que recebemos por e-mail e durante o encontro pediam o vestibular por áreas, mas a realidade social e do mercado mostra uma necessidade não de profissionais que saibam apenas uma coisa, mas que saibam de várias coisas. Então, deve continuar assim", adiantou.
Exame desconsidera o conteúdo regional
Uma das questões mais debatidas durante a reunião na Universidade Federal do Pará (UFPA) sobre o novo vestibular que será usado foi a de que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desconsidera conteúdos que envolvam conhecimentos regionais. O professor Heliton Tavares, da UFPA, disse, porém, que o Enem deve passar por reformulações que adicionem conteúdo regional às provas. Por outro lado, ele crê que seja desnecessário esse foco regional em cada prova.
"Trata-se de um exame nacional, por isso não vejo por que dar foco para cada região. As escolas podem continuar ensinando conteúdos regionais e cobrando no currículo interno. Não se trata de um simples exame, mas, sim, de uma ferramenta que pode mudar todo o sistema educacional", defendeu. Outra mudança que deve ocorrer ainda este ano com o exame é que candidatos inscritos no Sisu devem escolher no máximo duas opções de curso.
A estudante Eloah Pinho, 15, do segundo ano do Núcleo Pedagógico Integrado (NPI), da UFPA, gosta da ideia do Enem, mas discorda que o exame deva ser aplicado de forma tão urgente. Ela afirma que não há como as escolas se prepararem adequadamente para a mudança ainda este ano. "O Enem iria funcionar se houvesse também uma reforma total no ensino médio", opinou.
Em 2009, o Pará teve 109.345 inscrições no Enem, com 75.234 presentes em 77 municípios. Só em Belém foram 39.431. No Brasil, o total foi de 4,1 milhões de inscritos, com 2,57 milhões de participantes. Quando se iniciou, em 1998, o exame nacional teve apenas 160 mil inscrições.











 
 O liberal

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