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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lotear espaço público é um bom negócio

Táxis - Cooperativas cobram caro para aceitar novos membros em pontos rentáveis

EVANDRO FLEXA JR.
Da Redação

Lotear o espaço público em Belém se tornou um negócio muito vantajoso. Melhor que investir na caderneta de poupança ou em fundos de aplicação é estruturar pontos de táxis em Belém - e cobrar uma espécie de cota para cada novo integrante. Atualmente, Belém possui 274 pontos de táxi, organizados por cooperativas, que cobram entre R$ 15 mil e R$ 25 mil para inserir novos sócios, na chamada "transação do brinco". Segundo dados do Sindicato dos Taxistas de Belém e do Estado do Pará (Stabepa), há 11 anos, o custo para implantar um ponto de táxi em Belém era de aproximadamente R$ 8 mil. Especialistas em contabilidade afirmam que, nos últimos 11 anos, o valor de R$ 8 mil aplicado à caderneta de poupança não chegaria a um rendimento de R$ 20 mil. Mesmo assim, as cooperativas de Belém com mais de uma década cobram em média R$ 25 mil pelo "brinco". O curioso é que a Companhia de Transporte de Município de Belém (CTBel) não gera nenhum tipo de ônus aos cooperados que decidem montar um terminal de taxistas.
A justificativa para a cobrança do "brinco" está nos gastos com cartório de registros, Junta Comercial, infraestrutura básica e funcionários. Até mesmo o goodwill - valor da credibilidade conquistada ao longo dos anos - é lembrada pelos diretores das associações de taxista e embutido na taxa de adesão. Conforme explica um taxista, chamdo pelo codinome Anselmo - ele prefere não se identificar - o "brinco" pode ser pago parceladamente. Ele garante que a Cooperdoca (Cooperativas de Motoristas de Táxi da Avenida Visconde de Souza Franco) cobra algo em torno de R$ 16 mil como taxa de ingresso. Além disso, é preciso pagar diárias às cooperativas, que variam de ponto para ponto, mas que ficam entre R$ 10 e R$ 15. Anselmo ressalta que as associações são formadas, em média, por 30 pessoas - e algumas existem há mais de 30 anos.
O taxista conta que trabalhar nos pontos fixos é menos vantajoso se comparado os ganhos dos motoristas que circulam por toda a cidade. Segundo ele, a vantagem das cooperativas é que os condutores não correm riscos, economizam gasolina e desgastam menos o carro. O problema, conforme avalia Anselmo, é que o associado fica preso, e acaba arrecadando menos. 

Fonte: O Liberal

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